Compositor: Benjamin Biolay
Não, não na boca
Mesmo que seja clichê
Já que minha língua
Tem o gosto da tua virtude
Da tua honra perdida
Não, não nos lábios
Mesmo que eu sonhe
Mesmo que eu trema
E embora meu coração esteja nu
Minha alma está coberta
Com pudor e imprudência
Sem querer-te ofender
Melhor nem tentar a sorte
Nada dura
Acima da cintura
Não, não na boca
Mesmo sob o chuveiro
Mesmo que seja difícil
Prometo que te morderei
Todos os atos são permitidos
Não, não nos lábios
Nem mesmo em sonho
Tenho absoluta certeza
Ou receberá um golpe
Meu coração está endurecido
Não maltrate quem está por baixo
Não se apresse
Nada mais importa
Nada dura
Acima da cintura
Não, não na boca
Eu sei que estou no fundo do poço
Os tempos de fatura se foram
O diabo está no corpo
Não, não no lábio
Não estou fazendo charme
Não é medo do palco
Mas eu prefiro me manter pura
Sem voltas nem arrependimentos
Vamos nos render às evidências
Tudo estava acertado de antemão
Melhor nem tentar a sorte
Nada dura
Acima da cintura
Não, não na boca
Eu sei que é cliché
Pois minha pele
Tem o cheiro do seu perfume
Lá fora está calor
Não, não nos lábios
Sem tréguas
E sem ataques
A felicidade está nas curvas
Entre o chão e o ventre
De esquecimento em esquecimento
Bela ave do paraíso
Jogue os jogos proibidos
Nada dura
Acima da cintura